Tecnologia, finanças, saúde, agronegócio e seguros estão entre os setores que usam a tecnologia para melhorar processos e otimizar recursos em diversas frentes
O último ano, certamente, ficou marcado pela corrida em prol da Inteligência Artificial em diferentes mercados e segmentos da economia. No meio empresarial, essa tecnologia ganhou destaque como ferramenta potente para o aumento da produtividade e geração de valor para o negócio.
Em meio a este cenário de transformação, o último Índice de Preparação para Inteligência Artificial da Cisco, lançado em 2023, mostra que apenas 29% das organizações se encontram totalmente preparadas para implantar e potencializar a IA. Em paralelo, o levantamento também aponta que 69% das empresas identificam que têm até um ano para implementar uma estratégia com essa tecnologia antes que seus negócios sejam afetados.
Mesmo que em fase inicial, essas ferramentas já fazem parte da operação de empresas de diversos setores e vêm se destacando como um diferencial competitivo relevante por auxiliar na automatização de processos e apoiar na análise de dados para tomadas de decisões eficientes e personalizadas. Veja como a IA impactou o funcionamento de algumas empresas
Atendimento ao cliente
Segundo uma pesquisa da Zendesk, 80% dos consumidores consideram a experiência tão importante quanto os serviços ou produtos adquiridos. Para satisfazer essa demanda, a IA pode ser essencial na oferta de uma boa experiência, principalmente em canais de relacionamento. No Klubi, por exemplo, uma fintech que opera com consórcios de automóveis e celulares em todo o país, essas ferramentas são responsáveis pelos primeiros passos dos clientes nos canais de relacionamento: “Nós aplicamos a IA no início da jornada do cliente, para garantir que ele tenha mais autonomia e agilidade na simulação do plano e também no atendimento. A experiência é simples e conseguimos manter um padrão de conexão com as pessoas. É muito comum que respondam à IA como responderiam a um humano, com saudações e agradecimentos”, explica o CEO do Klubi, Eduardo Rocha.
Investimentos em cibersegurança
Com o aumento do uso de tecnologia em diversos setores, empresas brasileiras têm buscado cada vez mais atingir a maturidade digital. De acordo com a pesquisa IDC Cyber Security Research Latin America 2023, o país está direcionando seus recursos à proteção de dados e sistemas, com previsão de que os gastos com cibersegurança atinjam 3,5% dos investimentos totais em tecnologia da informação até o final de 2023. Isso representa um aumento significativo de 12% em relação a 2022, chegando a uma aplicação estimada de R$26,7 bilhões, o maior da América Latina nessa área.
Para Marcelo Modesto, CEO e fundador da Avivatec, consultoria de tecnologia com expertise em negócios e referência no cenário de aceleração digital de empresas no país, “o mercado tem testemunhando uma verdadeira revolução marcada por investimentos em tecnologia para diferentes setores. Na área de saúde, por exemplo, aumentou expressivamente o número de empresas que utilizam a IA para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças. Enquanto em outros segmentos, como finanças, esta tecnologia garante melhor eficiência, produtividade e segurança nos dados. Para se ter uma ideia de como a IA tem impactado os negócios no país, um estudo conduzido pela FGV revelou que os investimentos em transformação digital cresceram 75% no ano passado.", destaca.
A IA aplicada nas finanças
Ainda no mercado financeiro, agentes virtuais como o ChatGPT, YouChat, Jasper, Bard, etc, têm sido cada vez mais frequentes em diversos setores visando otimização de tarefas e atualização dos processos. Segundo um recente relatório da Bloomberg Intelligence, apenas nos dois últimos anos, as aplicações de inteligência artificial voltadas para o usuário final movimentaram US$40 bilhões. Em paralelo, um estudo conduzido pelo IDC, mostrou que esse setor tem potencial para atingir mais de meio trilhão de dólares até o final de 2024, com uma projeção de crescimento anual de 40% até 2028.
Já no cenário brasileiro, a tecnologia de processamento de linguagem natural está trazendo benefícios significativos para o setor de cobrança, que uniu o atendimento ao cliente às finanças. A Monest, uma startup de Curitiba, atua com foco na recuperação de ativos por meio da cobrança de débitos por uma agente virtual conectada por inteligência artificial, chamada Mia. "O mercado já entende a força que a tecnologia tem em movimentar a economia, gerar mais rentabilidade e auxiliar no dia a dia para que as demandas sejam entregues com cada vez mais rapidez e assertividade. A aplicação de agentes inteligentes no mercado de trabalho não é mais uma tendência, é uma necessidade e essa evolução não volta atrás", explica Thiago Oliveira, CEO da empresa.
Mais eficiência e agilidade ao agronegócio
A transformação digital no agronegócio também promoveu mais eficiência no processo. Com a Inteligência Artificial, além de um ganho de performance, a aplicação dessa tecnologia trouxe qualidade de vida ao produtor, notificando situações de risco, diminuindo o trabalho manual e tornando menor a necessidade da atuação humana.
De acordo Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, provedora de serviços de TI e transformação digital, as ferramentas de dados permitiu uma análise de indicadores completa e ágil, “No agronegócio, a tecnologia consegue predizer produção de lavouras, ranquear fatores de influência que ajudam ou não no crescimento de animais, otimizando a logística de distribuição de insumos e produtos acabados, dentre muitas outras coisas. Em toda a cadeia produtiva, onde quer que haja a captura ou manipulação de algum dado para uma tomada de decisão, é possível utilizar a inteligência artificial para promover mais agilidade no processo, eficiência e elevar a performance”, pontua.
No setor de seguros, a IA ajuda a otimizar o tempo das análises de risco
Hoje, para contratar um seguro de vida, por exemplo, são solicitados em média 15 dias para a revisão operacional do perfil do cliente. Como o setor de seguros é todo pautado pela análise de riscos, insurtechs, como a Azos, já utilizam a Inteligência Artificial para dar mais agilidade às avaliações.
De acordo com Bernardo Ribeiro, CMO da Azos, o ponto principal em seguros é realizar a coleta de dados detalhadamente. “O algoritmo captura o máximo de dados possíveis durante a jornada de contratação do usuário, dados de saúde e dados externos. Após absorver todas as fontes de informações, a tecnologia pode recusar, aprovar ou indicar, em um tempo médio de 15 segundos, a necessidade de uma análise humana para a aprovação da apólice. Se os dados analisados estiverem dentro das diretrizes da seguradora e resseguradora parceira, a apólice é emitida.”, explica o CMO, que acrescenta: “a aplicação da ferramenta já permite que 30% das apólices aprovadas sejam emitidas em até 30 segundos. Os outros 70%, a IA aponta apenas os pontos a serem revisados por um analista que, com menos dados, é capaz de liberar ou não a contratação em um período de até um dia útil”, finaliza.
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Fonte: NR7
Imagem: Imagem de Tung Nguyen por Pixabay
Como as empresas introduziram a IA no último ano
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