Gestão de pessoas que destaca as falhas prejudica a criatividade e a disrupção
Inovação talvez seja a palavra mais almejada por empresas de todos os setores. Independentemente do tamanho da companhia e área de atuação, a competitividade do mercado é intensa e dinâmica - se diferenciar dos concorrentes com novas propostas é a receita para o sucesso. No entanto, em muitos casos, das pequenas às grandes corporações não exploram todo o potencial de seus colaboradores ao destacar erros de maneira exagerada, prejudicando a criatividade em vez de estimulá-la.
Uranio Bonoldi, consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, entende que “muitas vezes o erro abre portas para inovação, um mindset rígido e que martiriza todo e qualquer equívoco faz com que façamos apenas mais do mesmo. Precisamos errar de formas diferentes, o problema é repetir os mesmos erros do passado”. É necessário ter espaço para testar novas ideias, caso contrário os processos ficam engessados e a empresa corre o risco de se estagnar em processos ultrapassados.
É a possibilidade de experimentar constantemente que vai permitir a disrupção - utilizando os feedbacks para guiar a organização e entender os ajustes necessários. “Não estou dizendo para ignorar todas as falhas e não levar a sério erros graves, o que proponho é construir uma cultura organizacional que estimule os funcionários a tentarem coisas novas que estejam dentro do bom senso e filosofia da organização”.
Uranio explica que existem três tipos de erros no mundo dos negócios:
Evitáveis: “erros por descuidos, podem e devem ser evitados”.
Complexos: “quando nos deparamos com situações imprevisíveis e, mesmo sendo mais complicados, também podem ser evitados”.
Inteligentes: “nascem a partir de uma exploração voluntária de novos negócios, novas formas de se pensar e atuar no mercado. São resultados do uso da intuição e da busca por inovação e inevitáveis nesse processo”.
“Sem o erro inteligente não se alcançam novas alturas - é imprescindível refletir e aprender com eles para guiar a inovação que tanto buscamos. Sabemos que se trata de um erro inteligente quando: exploramos oportunidades significativas, obtemos feedbacks importantes do resultado piloto, garantimos que os custos e riscos da tentativa inicial foram minimizados, temos objetivos e metas claras desde o princípio e testamos hipóteses nas primeiras tentativas”, finaliza Uranio.
Uranio Bonoldi é consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre “Poder e Tomada de Decisão”, escritor e palestrante. Trabalhou por mais de 30 anos em cargos de alta gestão, dentre os quais, CEO da Fundação Butantan.
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Fonte: Digital Trix
Imagem de Willi Heidelbach por Pixabay
Incentivar a tolerância ao erro ajuda a construir ambientes inovadores
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