Mais do que a forma de gerir, a maturidade empresarial está relacionada à gestão de processo e pessoas, de forma competitiva
Por Luiz Otávio Goi Jr.*
A maturidade empresarial tem se tornado objetivo de estudo constante. Para análise, é realizado um perfil de avaliação com o objetivo de descobrir em que estágio de maturidade a empresa se encontra. Além disso, demonstra o quanto todos os envolvidos estão preparados para lidar com os problemas do dia a dia de forma objetiva e ainda direcionada para os resultados da empresa.
Normalmente, as empresas que têm mais dificuldades para cumprir regras e que normalmente não seguem procedimentos e planos de trabalho, são aquelas que estão em um grau de maturidade menor. Os custos desse perfil de empresa costumam extrapolar as previsões, visto que os gastos com retrabalho, fiscalização, acidentes e outras características inerentes à desorganização são presentes no dia a dia dessas corporações.
Para saber se sua empresa se encontra nessa situação, existem algumas formas de realizar um diagnóstico e, até mesmo, de começar um projeto de conscientização e transformação:
1. Sua empresa não tem missão, visão e valores definidos: O fato de uma empresa não ter esses pontos primordiais demonstra o risco da falta de conexão de objetivos dentro da companhia. A missão, visão e valores, norteiam a todos da empresa para um caminho único. Quando esses não existem, as pessoas se utilizam de missões que acreditam ser as corretas, se direcionam para uma visão definida por agrupamentos de convivência. Para atingir os resultados definidos, usurpam valores pelo fato deles não estarem claros. Além disso, a partir do momento em que uma empresa não tem valores estabelecidos, o processo de recrutamento não ocorre da forma correta. Com isso, as pessoas que forem contratadas na empresa podem ter valores pessoais diferentes gerando atritos e falta de resultados.
2. A pirâmide de gestão está invertida: Quando a pirâmide administrativa da empresa está invertida, existe um claro sinal que a companhia está com a maturidade ferida. Essa pirâmide representa os degraus da empresa, de acordo com a hierarquia em que o ápice representa a gestão estratégica, o centro a gestão tática e a base a operação. Quando você tem uma empresa madura, a parte estratégica da corporação é livre para desenvolver projetos e acompanhar o mercado, gerando as diretrizes para que o meio tático as transforme em números. Com isso, a operação ocupa sua capacidade na totalidade, com fluxos de trabalho caminhando naturalmente e de forma produtiva. A empresa com a pirâmide invertida é representada pelo meio estratégico atarefado até o limite, remendando planos de trabalho que não foram filtrados pelo meio tático. Tal contexto faz com que não sobre tempo para olhar para o mercado. O meio tático recebe uma mensagem quadrada sob a qual não consegue desenvolver indicadores, sendo necessário apagar incêndios de mal entendidos e operações mal implementadas de maneira constate. Já o meio operacional, em compensação, fica ocioso, visto que a atividade está comprometida pelo mau processo de trabalho. Com isso, a carga de demanda é mal aproveitada.
3. Os resultados saem, mas com muito suor: Nas empresas em que se faz necessário um esforço além do normal para realizar uma atividade no dia a dia, provavelmente os índices de maturidades são baixos. Pela falta de clareza e continuidade dos fluxos de trabalho, tudo parece ficar sempre parado, necessitando que seja depositada muita energia para fazer atividades que deveriam ser o padrão diário.
4. Muitas coisas precisam ser feitas novamente: Uma coisa que representa a imaturidade de um processo logo de cara é o retrabalho. Empresas que precisam de checagens em excesso, refazer operações e realizar atividades similares sem agregar valor ao produto são as típicas empresas imaturas. Essas questões demonstram a falta de refinamento das atividades do dia a dia, gerando, sempre, demandas paralelas para garantir que uma operação essencial seja feita. Tal contexto gera custos adicionais e ainda desorganização das atividades.
5. Perdas são comuns: Empresas em que perdas são comuns, demonstram uma imaturidade muito clara. As perdas nas companhias, sejam por refugos de processo produtivo, seja por avarias ou até mesmo perdas de tempo e presença por acidentes gerados quando são comuns aos gestores, demonstram que a empresa está focada em pontos que não irão agregar o devido valor ao seu negócio, gerando desperdício nos resultados. As empresas maduras lidam com perdas de forma austera e não permitem que não conformidades sejam consideradas comuns. Essas fazem com que todos tenham a visão de fazer sempre da forma correta, sem precisar que alguém esteja fiscalizando.
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Autor: Luiz Otávio Goi Jr. tem formação na área ambiental, especialista em educação, sistemas de gestão integrados e MBA em Gestão empresarial. Tem expressiva vivência em gestão no ramo da indústria, no qual soma mais de 14 anos de experiência nos ramos automobilístico, energia e bens de consumo. Atualmente, é executivo em sistemas de gestão em indústria de grande porte, autor do livro “Administrando sistemas, gerindo processos e engajando pessoas” e publica artigos periódicos voltados a sistemas de gestão em revistas e páginas técnicas na área.
Imagem de StartupStockPhotos por Pixabay
Entenda qual é a maturidade empresarial do seu negócio
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