Costuma-se dizer que todo mundo (acha que) entende de futebol no Brasil: somos mais de 200 milhões de técnicos da seleção brasileira dando pitacos na escalação o tempo todo. Mas isso não acontece só com o Tite. Nós, marqueteiros e marqueteiras, também enfrentamos um pouco disso, ainda mais em um País como o Brasil, onde o gosto pela propaganda é bastante evidente na população, e todo mundo comenta e opina sobre ações de marketing.
Recentemente, passei o feriado com minha família em um hotel que me atraiu por conta da excelente comunicação publicitária. Tudo estava engrenado: site bem feito com fotos maravilhosas, campanha atraente, ações de marketing digital e de remarketing. Tudo impecável. E, assim, fui convencida e atraída a comprar e consumir o produto. No entanto, se me perguntarem se voltarei ao hotel, a resposta será um enfático NÃO! A boa comunicação e posicionamento da marca conseguiram me atrair, mas isso não basta. Os diversos problemas de atendimento, instalação, má vontade e falta de preparação dos funcionários impedem de me tornar uma fiel consumidora.
Essa experiência me remeteu a um ponto importante do livro “Marketing e comunicação na era pós-digital”, de Walter Longo, que fala que a diferença entre a teoria e a prática na gestão de marketing é que, na teoria, tudo é lógico e centralizado, e na prática, o processo que envolve a preservação e cuidado com a imagem da marca acaba sendo executado por outros departamentos, e muitas vezes, sem o envolvimento do marketing. Apenas os esforços e competências na comunicação não garantem fidelidade de um comprador. Cada vez mais os profissionais de marketing precisam ter um perfil de general e controlar com mais precisão e assertividade as ações da empresa, afinal, “não tem coisa pior que propaganda boa para um produto ruim”.
É claro que a voz de toda torcida (empresa) precisa ser ouvida: muitas vezes, quem vê de fora consegue enxergar detalhes que passam despercebidos por quem está envolvido no trabalho. Mas, ser um profissional de marketing não é para todo mundo. Dedicação, esforço e estudo fazem parte do processo para se tornar um. É claro que todos podem influenciar positiva e negativamente a imagem de uma marca, mas cabe ao marqueteiro identificar a melhor forma de lidar com isso, criando estratégias e táticas que garantam o posicionamento desejado.
Não é fácil, né? Mas, se fosse fácil, qualquer um faria. Mãos à obra!
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Autora: Gislayne Muraro é publicitária com especialização em planejamento e gestão de negócios e desenvolvimento gerencial. Diretora da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil - Seção Paraná (ADVB-PR), lidera há 7 anos a área de marketing do Grupo Massa onde ocupa o posto de diretora de marketing.
Fonte: Central Press - www.centralpress.com.br
De médico, marqueteiro e louco, todo mundo tem um pouco
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