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Aeroportos: criticidade máxima e proteção à vida


Por Jack Pouchet

Recente relatório da Vertiv identificou que o transporte público, especificamente o transporte aéreo e ferroviário, é o segundo negócio mais crítico do mundo. Isso foi apontado em um relatório global que analisa e classifica as indústrias baseado em sua criticidade. Distribuidoras de energia são classificadas em primeiro, em grande parte porque tantas indústrias dependem de energia confiável. Na verdade, muitas das sete maiores indústrias demonstram depender significativamente umas das outras.

Hoje, vamos olhar mais de perto a indústria da aviação e o que a faz tão crítica.

Durante os últimos 20 anos, toda a indústria da aviação foi rápida em adotar sistemas de TI como o pilar de suas operações e caminhou com a digitalização (controles digitais ao invés de circuitos analógicos ou de relês) de toda a infraestrutura física. Isso foi necessário para lidar com o crescimento exponencial no número de viagens aéreas. A digitalização dos processos substituiu um sistema simples que poderia ser gerenciado via acionamento manual por um sistema muito mais inteligente e complexo, com maiores capacidades. Esse novo modelo demanda, na hora de ser reinicializado, uma gigantesca quantidade de recursos e pessoas.

Então, o que torna os aeroportos tão complexos?

A maioria dos grandes aeroportos têm pelo menos um data center, diversos centros de operações e incontáveis racks de rede distribuídos. Ainda assim, a quantidade total de equipamento de TI em produção (servidores, armazenamento, roteadores) não é tão grande. O ponto crítico está na natureza da infraestrutura física e na interconexão com os sistemas de TI. Sistemas que não pertencem ao data center como o de balanças (medir e rastrear o peso dos aviões), sistemas de radares e de aviônica, guardiões visuais das pistas (visibilidade em neblina), iluminação da pista, luzes de aproximação, sistemas de pouso, etc., são todos digitais. Eles têm pouca ou nenhuma bateria para funcionarem quando acontece a falta de energia, são dependentes dos sistemas de eletricidade (sistemas mecânicos, da rede cabeada e da rede sem fio), e são distribuídos por quilômetros e não por metros.

Para colocar isso em perspectiva, quando olhamos para alguns dos maiores data centers do mundo, eles cobrem milhares de metros quadrados ou mais. Isso é impressionante quando se fala de construções (edifícios). Mas o quadro muda de figura quando se pensa, por exemplo, que um aeroporto de médio porte regional pode facilmente cobrir mais que 10 quilômetros quadrados. Entre os maiores aeroportos do mundo, destaca-se o King Fahd International Airport, na Arábia Saudita, que cobre quase 1.200 quilômetros quadrados.

Fica claro, portanto, que aeroportos são um data center amplamente distribuído composto de centenas de sistemas interconectados e de milhares de dispositivos IoT (Internet das Coisas).

É um ambiente que rivaliza com qualquer data center em termos de complexidade.

Diferentemente de muitos data centers, aeroportos não são operados em modo ativo-ativo, redundante. Nem são eles capazes de fornecer um fluxo de dados como as estruturas de nuvem ou hiperescala. Pelo contrário, quando os aeroportos começam a experimentar problemas técnicos, todo o sistema de aviação começa a sofrer impacto com atrasos de voos e cancelamentos. Construir um aeroporto inteligente requer planejamento cuidadoso, redundância interna e digitalização de toda a infraestrutura.

Felizmente, a indústria da aviação valoriza tempo em atividade, disponibilidade e resiliência das operações tanto quanto valoriza a segurança de uma vida.

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Autor: Jack Pouchet é vice-presidente do desenvolvimento de mercado da Vertiv
Fonte e foto: GAD COMUNICAÇÃO
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