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O conflito entre advogar e gerir o negócio: quando aparece e como resolver


Numa das minhas primeiras comparações metafóricas a respeito do negócio chamado Escritório de Advocacia, o comparei a um restaurante fazendo a seguinte pergunta: O que faz uma pessoa ir (ou voltar) a um determinado restaurante?

A resposta foi (e é): ótima comida, ótimo atendimento/serviços e preço coerente!

Como também já foi dito, Escritórios de Advocacia se encaixam perfeitamente nesta resposta, apenas substituindo a expressão ‘ótima a comida’ por ‘ótimas soluções jurídicas’, ou seja: ótimas soluções jurídicas, ótimo atendimento/serviços e preços coerentes!

Para que isto seja possível, iremos precisar de ótimos profissionais (sejam eles jurídicos ou administrativos), sistemas e tecnologia atualizados, muito treinamento e principalmente uma organização muito boa e dimensionada corretamente e é neste ponto que começa a aparecer o conflito citado.

Preciso citar neste ponto novamente a evolução natural de um escritório de advocacia após a sua criação. Já vimos que escritórios geralmente são formados pela aglutinação de dois ou mais profissionais jurídicos que, por vários motivos (complementaridade de áreas, afinidades profissionais, empreendedorismo, objetivos pessoais e éticos etc.) se agregam e formam uma sociedade de advogados.

Novamente a comparação metafórica com um restaurante torna-se elucidativa, pois podemos comparar o(s) advogado(s), que detém o conhecimento e a capacidade técnica capazes de fornecer ótimas soluções jurídicas para seus clientes a um chef que também detém o conhecimento e capacidade de gerar pratos deliciosos.

Imaginem agora este chef que à noite (apenas exemplificando) estará à frente da produção desses pratos, mas também deverá se preocupar principalmente com a escolha e aquisição correta dos produtos (carnes, peixes, verduras, temperos etc.); com a contratação e treinamento de mâitres, someliers, garçons, recepcionistas etc.; com a decoração e apresentação das mesas e, por último, com os aspectos financeiros do negócio chamado “restaurante”.

Da mesma forma que um chef gosta de criar e preparar seus pratos, os advogados também gostam de advogar e criar as soluções jurídicas para seus desafios, mas também devem se preocupar com todas outras tarefas e decisões inerentes à gestão do seu negócio e que normalmente são encaradas como “obrigações chatas” ou “mal necessário”.

À medida que o negócio cresce (decorrente dos bons pratos oferecidos ou ótimas soluções jurídicas), é natural que a gestão se torne cada vez mais complexa, exigindo cada vez mais atenção do chef ou do sócio gestor e “roubando” tempo destes na produção de seus trabalhos técnicos (aos quais eles tanto gostam de se dedicar).

A solução para este conflito aparece quando a empresa (seja ela qual for) começa a se preocupar com os outros trabalhos de back-office, tão importantes quanto os do chamado “core business”, necessários para o preenchimento dos outros quesitos para obtenção do sucesso.

O correto dimensionamento e treinamento da equipe administrativa de bom nível técnico; a adoção de infraestrutura tecnológica atual e adaptada corretamente ao negócio; o treinamento e aprimoramento constantes de todos os integrantes da empresa e principalmente o alinhamento de todos à filosofia empresarial são fundamentais para desafogar o advogado gestor dando a ele mais tempo para se dedicar à produção jurídica.

Todos esses pontos, adicionados ao produto entregue, permitem que a empresa atinja a qualidade necessária para a satisfação de seus clientes e que responde a nossa pergunta inicial!

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Autor: José Paulo Graciotti é engenheiro e consultor, membro da ILTA– International Legal Technology Association e da ALA – Association of Legal Administrators. É fundador da Graciotti Consultoria.
Fonte: Assessoria de Imprensa - VMR Advocacia
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