Como em tempos tão modernos uma obra clássica, escrita há vários séculos, pode ajudar nos negócios ou na carreira? Na verdade, o momento atual tem como característica o consumo voraz de tecnologia de gestão de pessoas assim também como a autoajuda para executivos. Mas especialmente o aumento da produtividade pela satisfação dos colaboradores, ou seja, embora possa ser paradoxal, empregados motivados podem render mais no trabalho que os pressionados.
Este momento histórico das obras clássicas redescobertas pelas aplicabilidades na administração do 3º Milênio começa com um livro datado do início do século XVI: O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. Embora de leitura difícil, as entrelinhas do livro revelam centenas de lições preciosas aos leitores mais pacientes e atentos, pois mesmo com quase quinhentos anos, a sua aplicabilidade em gestão é inegável. “Seja sempre justo com os seus colaboradores”, ensina o escritor florentino, pois “um homem esquecerá antes aquele que lhe tirou o pai do que aquele que lhe cometeu uma injustiça”. Aliás, o “injusto e o despótico podem até conseguir fortuna, mas nunca a glória”.
Já no final do século XVI, René Descartes, com o seu Discurso do Método, fixa as bases da administração moderna: “análise, enumeração, evidência e síntese”.
Na mesma linha, já no século XVII, surge Baltazar Gracián com um livro de conselhos, escrito em 1647, especialmente voltado para o comportamento no mundo empresarial: como tratar subordinados, pares e superiores. O mundo é um ambiente hostil e enganoso, onde as aparências prevalecem, mas não se sustentam sobre as virtudes e a verdade. São primordiais para vencer neste ambiente “conhecer e aplicar um conjunto de sutilezas morais”, explicava Nietzsche sobre Gracián.
E, finalmente, há cerca de dez anos, já no século XXI, ressurge um livro escrito cinco séculos antes de Cristo, a chamada análise SWOT . Para que o leitor tenha uma noção da sua importância na administração moderna, a análise SWOT1 é um instrumento simples, capaz de produzir resultados surpreendentes na área empresarial. Sua técnica é atribuída ao professor Albert Humphrey da Universidade Stanford (EUA). Apesar de ser um tanto controversa e creditada a vários professores, essa ferramenta domina a cultura da moderna gestão administrativa. Todavia, aqueles mais aficionados pela leitura de Sun Tzu, o escritor chinês mais conhecido por sua obra A Arte da Guerra (500 a.c.), poderão encontrar em suas páginas as seguintes palavras: "concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças.
As obras clássicas são essenciais ao desenvolvimento da administração moderna. Conhecê-las proporcionam cultura histórica e tecnologia de gestão; aprender com gênios que viveram experiências do passado nos proporciona ensinamentos de ação, os quais, se devidamente contextualizados e pensados, podem ser de valia para melhorar a produtividade e o resultado, não apenas da empresa, mas do executivo também.
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Autor: Luis Roberto Antonik (Ph.D.), professor e executivo de empresas. Graduado em Geografia, Ciências Econômicas e Administração e autor de vários livros nas áreas de Finanças, Matemática Comercial e Filosofia, entre eles: O príncipe revisitado: Maquiavel e o mundo empresarial, Análise Financeira: Uma visão gerencial; Matemática Financeira - Instrumentos Financeiros Para a Tomada de Decisão etc.
Fonte: Iara Filardi Assessoria de Imprensa - www.iarafilardi.com
O poder da literatura clássica nos negócios e carreiras
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