A Internet já é o “continente” mais populoso do planeta, com 2,3 bilhões de “habitantes”, e sua maior Rede Social, o Facebook, é o 3º maior “país” do mundo, com mais de 900 milhões de “habitantes” – com previsão de ultrapassar 1 bilhão ainda em 2012. Neste novo continente, repleto de vias duplas de comunicação, todos podem construir, escrever, falar e serem ouvidos, vistos, lidos (aqueles que dispõem de acessibilidade).
No entanto, uma parcela da população mundial ainda encontra-se excluída do processo. No Brasil, isso se traduz em quase metade da população. Para transformar esta realidade, é necessário um esforço dos administradores públicos em direção à implantação de políticas de inclusão social e de amparo à oitava meta do milênio, que traça objetivos em relação à conectividade.
Em um ranking que avalia a inclusão digital de 150 países, o Brasil está na 72ª colocação, na média da América Latina. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas, e mostra que 51,2% da população têm acesso à internet, computador em casa, telefone fixo ou celular - não necessariamente todos juntos. O percentual está pouco acima da média global do grupo de países avaliados, que é de 49,1%.
A pesquisa mostra a existência de uma relação entre inclusão digital e felicidade. A cada 10% de ganho no Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (ITIC), a felicidade presente sobe para 2,2%. Dos países pesquisados, o Brasil é o que tem menor ligação entre felicidade presente e acesso à telefonia. A pesquisa ainda indica que o principal objetivo de quem se conecta na internet é a comunicação (37,3%), seguido por lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas e busca de informação (28,7%) e educação e aprendizado (28,1%).
Se excluído o acesso ao celular no ITIC, as populações das cidades com melhor e pior índices de acesso à internet, computador em casa, telefone fixo ou celular são: Fernando Falcão, no Maranhão, com 3,7%, e, no outro extremo, São Caetano, em São Paulo, com 82,6%. Santa Catarina apresenta o melhor desempenho nacional e destaca-se pela qualidade, já que 58,65% de seus computadores ligados à rede usam banda larga. Este resultado pode ser atribuído ao polo de TI e ao desempenho de nossas universidades, fatores aliados à condição econômica da população, já que o estudo da FGV classifica a internet como uma marca das classes A e B, predominantes em Florianópolis que é a capital com maior inclusão (77,1%).
Florianópolis é também o segundo município do país em casas com computadores e o quarto em residências com internet. Esses resultados também significam melhor mão de obra, população informada e com maior capacidade de aprendizado. O Mapa da Inclusão Digital ainda relaciona outras cidades catarinenses, além da Capital, com bons indicadores. São José e Balneário Camboriú estão entre as top 15 nacionais tanto em número de computadores como no acesso à internet. Blumenau aparece na 17ª posição em número de computadores de casa.
Sabemos que a inclusão digital faz uma diferença enorme na vida das pessoas, que se tornam muito mais preparadas intelectualmente, mais capacitadas e com melhor condições de conseguir um bom emprego. Por outro lado, a exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios deste século. É urgente que haja uma democratização das novas tecnologias.
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Autor: Luiz Alberto Ferla é CEO da Knowtec/Talk/KeepingUp/DDBR, instaladas em Florianópolis
Fonte: Fábrica de Comunicação - www.fabricacom.com.br
Comprovado: existe relação entre inclusão digital e felicidade
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