Falar de dinheiro é um tabu. Geralmente compartilhamos detalhes da nossa intimidade como relacionamentos e problemas de saúde, mas quando o assunto é dinheiro, segundo Fábio Zugman, autor do livro “Empreendedores esquecidos”, nos sentimos constrangidos.
Aprender a falar e lidar com o dinheiro é fundamental não apenas para sobreviver, mas para qualquer profissional que deseja crescer em sua carreira. “Sem dinheiro, não há investimento. Sem investimento, não há crescimento.” – resume o autor.
Um erro comum, principalmente entre os profissionais autônomos, é pensar que apenas as grandes transações devem ser negociadas, como a compra ou aluguel de um imóvel ou de um equipamento caro. “Não há porque guardar a oportunidade de negociar apenas em grandes ocasiões. Pelo contrário, sem o hábito de negociar, o profissional não desenvolverá habilidades para fazer isso quando um valor alto estiver em jogo.” O ideal, de acordo com Fábio Zugman, é praticar a negociação em pequenas ocasiões, como no contato com pequenos fornecedores e até com clientes. Isso criará o hábito de lidar com esse tipo de situação, e tornará as transações de qualquer porte mais tranquilas e justas.
Mais que negociar, é preciso falar sobre dinheiro: Com clientes, fornecedores e até concorrentes. É preciso ter boas informações sobre o quanto o seu serviço realmente vale no mercado. Para isso, é preciso descobrir o preço do concorrente. “Sem informações adequadas, como decidir o quanto cobrar? Muitos profissionais olham para seus custos, somam uma margem e colocam um preço. O problema com isso é que o profissional está olhando só para dentro de seu negócio. E o mercado, como fica?” Questiona Zugman.
E aqui, o tal Tabu do dinheiro tem uma grande importância: “Muitos autônomos sentem-se constrangidos ao falar de valores com seus clientes, já ouvi muitas reclamações de profissionais sobre clientes que desistem de um tratamento ou serviço antes do tempo, e não voltam mais quando ainda devem algum pagamento. O que chama a atenção é que raramente esses profissionais não fazem uma ligação sequer cobrando o saldo devedor.” É preciso ser objetivo quando o assunto é dinheiro. O acordo comercial deve ser cumprido, e isso vale para os dois lados. “Seja transparente com seu cliente quanto a custos e comprometa-se a cumprir prazos. Quando necessário cobre dele o que foi combinado de forma elegante e natural.” - Completa Fábio.
Por fim, segundo Fábio Zugman, é preciso se policiar para aprender a lidar com o dinheiro como um fator semelhante a tantos outros da vida profissional: “Infelizmente a imagem da corrupção ainda é muito associada à busca do dinheiro em nosso país. Muitas pessoas ainda veem o dinheiro, ou a vontade de ganhar mais, como algo sujo. Some-se isso a uma má educação financeira e encontramos bons profissionais prejudicando a si mesmos. Como qualquer outra coisa na vida, tratar o dinheiro com naturalidade, buscando informações e trocando ideias com colegas e amigos, é um dos melhores conselhos que pode-se dar sobre o tema.” Diz o autor.
Autor: Fábio Zugman é paulistano e tem 31 anos. É professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. É autor dos livros Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011); Administração para profissionais liberais (Elsevier, 2005); Governo eletrônico: saiba tudo sobre essa revolução (Livro pronto, 2006); O mito da criatividade (Elsevier, 2008); e coautor de Dicionário de termos de estratégia empresarial (Atlas, 2009); Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).
Fonte: Iara Filardi Assessoria de Imprensa - www.iarafilardi.com
Dinheiro X Carreira
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