Muitos investimentos colocam em risco o sucesso de uma empresa

O pecado da gula caracteriza-se pela falta de temperança ao consumir algo, que pode ser um alimento, bebida ou objeto. A gula está ligada à ansiedade, à vontade de ter tudo rapidamente e de maneira compulsiva. Em sua simbologia maior, a gula significa voracidade; engolir e não digerir.

Este pecado pode ser entendido também como gula financeira, aplicando-se ao mundo dos negócios e finanças empresariais. A gula do empreendedor manifesta-se pela vontade de investir, investir e investir! Este pecado dá-se quando o empreendedor passa a comprometer grande parte de seu orçamento com investimentos ou melhorias que julga vitais para o negócio naquele momento. Muitas vezes, essas necessidades poderiam ser adiadas para uma ocasião de maior estabilidade financeira do negócio.

Investimentos realizados de forma desordenada transformam-se em gastos e podem comprometer por completo o sucesso da empresa e seu planejamento financeiro. A gula do empresário pode até mesmo levá-lo a financiamentos indevidos. Hoje, passamos por um momento econômico nacional caracterizado pela facilidade na obtenção de crédito, o que não quer dizer necessariamente crédito barato!

É neste momento que o empreendedor cede ao impulso de realizar reformas dispensáveis, compras precipitadas, entre outros. Querer tudo rapidamente e ver todo o negócio montado e funcionando do dia para a noite pode fazer com o que o gestor se engasgue com as próprias vontades e mergulhe em um mar de dívidas. Contrair empréstimos para pagar as despesas operacionais, sem ter um plano de recuperação, é outro sintoma deste pecado.

Se a empresa não consegue pagar as despesas operacionais com suas receitas, é sinal de que o plano financeiro e de investimentos do negócio precisa ser revisto. Mas, o que leva este empresário a ceder? É o emocional. A percepção sentida pelo empresário quando não se rende à gula é a de que não está fazendo tudo que o seu potencial permite e, consequentemente, que o negócio poderá não atender às expectativas.

A reação a este sentimento é uma só: investir tudo o que é possível agora e de uma vez. Vemos um exemplo simples da gula nas organizações quando equipamentos são adquiridos desnecessariamente ou são subutilizados, ou ainda, quando há um grande volume de contratações de uma só vez.

Ceder ao desejo da gula por investir pode influenciar negativamente tanto nos relacionamentos entre as pessoas quanto na produtividade da companhia. É extremamente importante que o empreendedor fique atento aos sinais de alerta e salve seu negócio de cair em tentação!


Autor: Mauro Calil, professor e educador financeiro
Fonte: Economia SC